quarta-feira, 9 de junho de 2010

Com muita dança e pouco canto, Chris Brown agita Porto Alegre


Porto Alegre - Assim como nos shows anteriores da turnê "Fan Appreciation" no Brasil, a passagem do cantor americano Chris Brown por Porto Alegre foi rápida. Em pouco mais de uma hora, Brown apresentou muita dança, músicas encurtadas, muitos samples e alguma exibição de seus talentos vocais ao público que compareceu ao Pepsi On Stage, na zona norte da capital gaúcha, para o show na noite desse sábado (22).

A festa em Porto Alegre começou por volta das 22h40, com a apresentação do trio de rappers gaúchos SevenLox, que em pouco menos de 30 minutos agitaram o público com sua música cheia de influência do Hip-Hop americano. Às 23h07, quando o show de abertura acabou, a casa parecia apenas meio lotada - o público era bem inferior às 4 mil pessoas esperadas pela organização do evento.

Contudo, o fraco público e as notícias dos shows anteriores de Brown no Brasil parecia não desanimar os gaúchos. As fãs Katielen Marques, 18 anos, e as primas Cristina Rauber, 18 anos, e Luana Rauber, 17 anos, que vieram de Taquara, no interior do Rio Grande, aguardavam ansiosamente para ver o curioso ídolo. "A gente gosta dele porque ele bateu na Rihanna", disse Cristina, admitindo odiar a ex-namorada de Brown. Em termos artísticos, o trio esperava animadamente ver o talento de dançarino do americano. "A gente veio ver ele dançar", disse Cristina. "Ele dança muito", emendou Luana. Certamente, o que viria em seguida não as decepcionaria nesse sentido.

Um festival de câmeras digitais e celulares aguardava ansiosamente pela entrada de Brown quando o telão do palco iniciou contagem regressiva às 23h33. Após seis segundos, quatro dançarinos entram no palco em frente a um clipe de um discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Quando a imagem sai do ar, Brown entra com um salto dos fundos do palco para perto do público, causando grande comoção na casa.

Logo de cara, Brown cantou o hit "Wall to Wall", levando o público à loucura. Na música seguinte, "Gimme That", o cantor deixou claro qual seria a marca do show ao se apoiar em gravações em playback e passar a maior parte do tempo dançando. Contudo, a plateia pareceu não se importar muito e vibrou intensamente ao término da música, puxando o coro de "Cris Brown, Cris Brown". O americano retribuiu o carinho perguntando se eles "queriam festejar hoje à noite".

E o tom da primeira metade do show foi praticamente o mesmo, muita dança e Brown se apoiando em samples - especialmente nos refrões - em uma música atrás da outra, enquanto a animação da casa ia diminuindo. Somente antes da música "Sex", se viu uma nova explosão do público, especialmente das meninas. Brown pede a uma delas - certamente a mais invejada da noite - para subir ao palco e se deitar em um sofá enquanto ele, sem camisa, canta e dança sensualmente ao seu redor. No fim do número, as luzes se apagam e fica a impressão de Brown beijou a ajudante gaúcha.

Após "Take U Down" e "Kiss Kiss", que surpreendentemente não animou muito o público, o DJ de Brown assume o show e toca a sequencia mais animada da noite até então, Poeira, de Ivete Sangalo, e os sucessos do Black Eyed Peas I Gotta a Feeling e Boom Boom Boom, enquanto Brown novamente exibia todo o seu talento na dança ao lado de seus acompanhantes de palco.

A quebra na sequencia de músicas de Brown pareceu fazer bem ao show. Na música seguinte, "Crawl", a qual o cantor começou rastejando no palco, ele dispensou o apoio dos dançarinos, voltou cantando mais e recebeu uma reação mais calorosa do público. Em seguida, ele cantou as românticas "Say Goodbye", "With You" e "No Air" . Para finalizar a noite, Brown chamou de volta seus dançarinos ao palco e cantou Forever. Ao fim da música, pela primeira vez na noite, o cantor dispensou o apoio eletrônico e repetiu o refrão apenas acompanhado pelos fãs.

Eram apenas 0h35 quando Brown deixou o palco para não mais voltar. Talvez ciente de que o americano não realizou o tradicional "bis" nos outros shows, os gaúchos até ensaiaram um coro de "Cris Brown, Cris Brown", mas logo foram se encaminhando para as saídas.

No fim, o show teve uma reação mista do público. Para Larissa Puchalski, 16, a duração foi o único problema. "Eu gostei bastante, só achei curto", disse a menina. "Ficou melhor no fim, no início ele ficou dançando muito. É muito exibicionista", adicionou o namorado, Rafael Pantaleão, 16.

Já Carlo Guaranha, 19, ficou decepcionado. "Achei muito ruim", disse. "Acho um absurdo pagar caro para ouvir playback e ver ele dançando. Não é arte", afirmou o estudante, que ainda reclamou que a organização teria começado o show antes do horário anunciado, fazendo com que muitas pessoas perdessem algumas músicas ou a apresentação inteira.

Ficou a impressão de que Brown poderia ter cantado mais e dançado menos, pois o grande momento de animação da noite veio nas músicas finais, exatamente quando ele preteriu a ajuda de seus dançarinos.

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